quarta-feira, 5 de agosto de 2015

"OS OPERÁRIOS QUE QUEBRAVAM PEDRAS"


Obs: imagem extraída do blog:
catedraismedievais.blogspot.com



"OS OPERÁRIOS QUE QUEBRAVAM PEDRAS"


Alguns operários estavam quebrando pedras diante de um enorme edifício em construção. Um visitante aproximou-se de um dos operários e lhe perguntou: "O que vocês estão fazendo aqui? O operário olhou-o com dureza e lhe respondeu: "Será que você está cego para não ver o que estamos fazendo? Estamos aqui quebrando pedras como ESCRAVOS por um salário miserável e sem o menor reconhecimento. Veja você mesmo aquele cartaz. Põem ali os nomes do Governador e do Arquiteto, mas não põem nossos nomes, nós trabalhamos duro e deixamos nossa pele na obra".


O visitante aproximou-se de outro operário e lhe fez a mesma pergunta. "Estamos aqui, como você pode ver, quebrando pedras para levantar este enorme edifício. O trabalho é duro e o pagamento muito ruim, mas os tempos estão difíceis, não há muito trabalho por aí, e é preciso fazer algo para alimentar os filhos".


O visitante aproximou-se de um terceiro operário e, uma vez mais, lhe perguntou o que estavam fazendo. O homem lhe respondeu com grande entusiasmo e um brilho de plenitude nos olhos: "Estamos levantando a catedral mais bela do mundo. As gerações futuras a admirarão impressionadas e escutarão o chamado de Deus no grito das pontas de suas torres erguidas para o céu. Eu não a verei concluída, mas quero ser parte desta extraordinária aventura".


COMENTÁRIO:


O mesmo trabalho, o mesmo salário miserável, a mesma falta de reconhecimento. O primeiro operário os vivenciava como ESCRAVIDÃO. O segundo como RESIGNAÇÃO. O terceiro como PAIXÃO, AVENTURA E DESAFIO. O primeiro trabalhava amargurado, queixando-se sempre. O segundo trabalhava conformado, aceitando o trabalho como um meio de vida. O terceiro trabalhava com alegria, transformava o trabalho numa festa.


Pense que o mundo é um inferno e ele será. Pense que este mundo é parte do paraíso e o será. A vida pode ser um funeral ou uma festa. Depende de você.


O trabalho de educar é duro e difícil, tem hoje uma baixíssima remuneração e goza de pouco prestígio social, pois é certo que, embora todos desejem o melhor professor para os filhos, muito poucos querem que seus filhos sejam professores. Depende de nós vivê-lo como escravos, como trabalhadores resignados ou como apaixonados construtores de genuínas obras de arte.


Autor: ANTONIO PÉREZ ESCLARÍN


Obs: Esta reflexão foi extraída do livro: "EDUCAR VALORES E O VALOR DE EDUCAR - PARÁBOLAS", autor: Antonio Pérez Esclarín, traduzido por: Maria Stela Gonçalves, São Paulo, editora Paulus, ano 2002, página 21 e 22.
Site da editora: www.paulus.com.br