quinta-feira, 23 de agosto de 2012

"O VALOR DA COOPERAÇÃO ENTRE OS SERES HUMANOS"


Obs: Imagem extraída do site: stelalecocq.blogspot.com


"O VALOR DA COOPERAÇÃO ENTRE OS SERES HUMANOS"


Há uma pequena história, muito antiga, que nos ajuda a entender a fragilidade dos seres humanos, sua necessidade de cooperar e, sobretudo, o quanto dependemos uns dos outros.

Na mitologia grega, os deuses resolveram habitar o mundo e criar a humanidade. Criaram os mortais, os seres vivos, e também as condições para a existência de todas as espécies que iriam coabitar na Terra. Encarregaram EPITEMEU, cujo nome significa: "reflexão posterior", ou seja, aquele que só se dá conta da coisa errada depois que a fez, de prover os futuros seres vivos com qualidades necessárias à  sua sobrevivência. Assim, foram dados a cada espécie os equipamentos necessários para que se alimentassem e resistissem às intempéries, como: peles, lã, carapaça, etc...e ainda para para se defender uns dos outros: garras, chifres e velocidade na corrida.

Todas as espécies foram equipadas, mas no momento de criar o homem, nada havia sobrado, EPIMETEU tinha se esquecido dele e, assim, o homem continuava nu e desarmado. Para que essa espécie não desaparecesse, PROMETEU, cujo nome significa "previdente", foi chamado pelo imprevidente irmão, EPIMETEU, e encarregou-se de roubar dos deuses o fogo e as artes, para dá-las aos homens. Distribuiu as artes de que dispunha, mas que não eram suficientes em número para dar um conjunto completo a todos os homens e assim, deu talentos diferentes a cada um de modo que, para sobreviverem, deveriam intercambiar suas dádivas e, portanto COOPERAR.

Resultou é que todos se tornaram dependentes uns dos outros. PROMETEU também moldou os homens de forma mais nobre e os capacitou a caminhar de forma ereta. Desse modo, puderam se alimentar e resistir ao frio, mas continuaram não podendo se defender contra outras espécies, por não possuírem armas. Mas o presente do fogo que PROMETEU deu à humanidade foi mais valioso do que quaisquer um dos que haviam sido dados aos animais.

Os homens procuraram então estar reunidos para se defender dos animais e se agruparam em cidades, mas não conseguiram viver juntos porque disputavam entre si e frequentemene guerreavam uns vontra os outros. Como consequência, dispersaram-se pela floresta e foram novamente ameaçados de extinção pelas outras espécies de animais. Dessa vez, foi o próprio ZEUS, o deus mitológico maior, que salvou os homens dotando-os de qualidades morais, de senso de justiça e de respeito de si mesmo, o que permitiu que cada um pudesse viver em COLETIVIDADE com os outros.

O gênero humano foi salvo e por isso hoje os homens vivem em comunidade e não isolados, como a maioria dos outros animais. Mas os homens continuaram frágeis e desamparados; é isso que somos e nossa sobrevivência continua dependendo de que troquemos nossas dádivas, nossas riquesas interiores.

REFLEXÃO:

A vida é difícil. Encontrar o caminho que se vai trilhar na vida é difícil. O caminho tem que ser feito em solo árido e pedregoso, e machuca; não há indicações nem avisos, nenhuma orientação. Em realidade, cada um de nós faz seu próprio caminho ao longo da vida e o caminho é feito tão somente ao caminhar. Mas a boa notícia é que não temos que fazer o caminho sozinhos e podemos recorrer a um poder maior, que nos dá força e do qual a maioria das pessoas tem consciência.

Ainda mais, na medida em que vamos fazendo o nosso caminho, podemos nos ajudar uns aos outros, intercambiar os talentos que recebemos. Podemos trocar nossas riquezas interiores; trocar experiências, forças e esperanças; COOPERAR UNS COM OS OUTROS; ser tolerantes; ser solidários e desenvolver o AMOR AO PRÓXIMO; nos compadecer e entender que somos irmãos. Assim, Ele não estará apenas no meio de nós, como que espalhado num grupo de seres humanos, mas, entre nós, presente a partir do nosso relacionamento fraterno.

Então, teremos condições de vislumbrar o caminho e encontrar a coragem para trilhá-lo. Como não é possível simplificar as coisas  e obter respostas fáceis, é preciso pensar de modo abrangente, aceitar os mistérios e os paradoxos da vida e não desanimar ante a multidão de causas e consequências que são inerentes a cada experiência humana. Enfim, aceitar e valorizar o fato de que a vida é complexa. 
 
Obs: Trecho do artigo:"Uma pequena história dentro de uma grande história", do autor: Dr. Lais Marques da Silva e foi retirado da Revista Brasileira de Alcoólicos Anônimos - "VIVÊNCIA", ano 26, número 06, meses de: novembro-dezembro/2011, Edição nº 134, páginas:46, 47, 48 e 49.

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