quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

"INCLUSÃO ESCOLAR"


Obs: imagem extraída do site: inclusaolasalle.zip.net



“INCLUSÃO ESCOLAR”



“Amar não significa tornar o outro adaptado, submisso ou semelhante a nós. Amar significa libertá-lo, deixa-lo livre, deixa-lo viver”.
(Penny Mc Lean)


Inclusão não significa promover a adequação ou a normalização de acordo com as características de uma maioria e sim, a um significado de fazer parte conviver e não se igualar.


A ideia fundamental de inclusão é a de adaptar o sistema escolar às necessidades dos alunos. A inclusão propõe um único sistema educacional de qualidade para todos os alunos, com ou sem deficiência e com ou sem outros tipos de condição atípica.


A inclusão se baseia em princípios tais como:
  • a aceitação das diferenças individuais como um atributo e não como um obstáculo;
  • a valorização da diversidade humana pela sua importância para o enriquecimento de todas as pessoas;
  • o direito de pertencer e não de ficar de fora;
  • o igual valor das minorias em comparação com a maioria.

O processo de socialização se dá de uma forma muito complicada, deve ser um trabalho realizado junto com todos os envolvidos no processo: pais e toda a comunidade escolar. 


Haverá momentos de exclusão por alguns grupos e isto deverá ser trabalhado inicialmente antes de qualquer atividade, pois é de praxe a aproximação do ser semelhante excluindo o ser diferente.


O PAPEL DA FAMÍLIA:


Os indivíduos mais integrados socialmente, isto é, que levam uma vida mais “normalizada”, são aqueles que são tratados de maneira mais natural, mais “normal” por suas famílias, que estão, enfim, mais integrados na constelação familiar.


Canejo (*1996), em recente estudo com pessoas portadoras de cegueira adquirida, constatou que o sujeitos que pareciam ter maior grau de integração social eram justamente aqueles que tinham um bom esquema de suporte familiar.



COMO SE PROCESSA A INCLUSÃO ESCOLAR?


A integração dos alunos se dá, quando o professor planeja um projeto educacional para cada aluno deficiente, ou seja, elaborar uma aula que possibilite a integração de todos os alunos de acordo com a necessidade existente dentro da sala de aula. 


O estudante que se sente excluído necessita ser visto com suas possibilidades, ou seja, o professor deve promover atividades que desenvolva suas questões cognitivas e também sócio-afetivas, onde os demais colegas possam interagir aprendendo e ensinando com a situação.
 

Para que a inclusão seja efetuada, é necessário que o trabalho não seja executado somente dentro da sala de aula e sim na escola toda; também é necessário uma maturidade de todo o grupo escolar para que compreendam o aluno e suas dificuldades.


Deve-se promover uma formação permanente de todos os envolvidos no processo de aprendizagem: clínico, institucional, familiar, o diálogo com toda a comunidade. Os pais devem ser orientados e devem participar de todo o processo, pois senão todo o esforço dos professores e envolvidos estará sendo praticamente em vão.


OS PROFESSORES E O PROCESSO DE INCLUSÃO:


Estudos indicam que a atitude do professor é um dos fatores que mais contribui para o sucesso de qualquer medida de integração da criança com deficiência. De fato, como o comprovam as práticas do dia-a-dia nas nossas escolas, não basta determinar legalmente a integração para que ela aconteça.


A integração é, em última instância, um processo de fornecer aos alunos com deficiência uma educação com o máximo de qualidade e de eficácia, no sentido da satisfação das suas necessidades individuais. Ora, este objetivo depende fundamentalmente do papel do professor, nomeadamente de variáveis como a sua vontade em levar a cabo as tarefas de ensino destes alunos e a sua formação ou preparação pedagógica para o fazer.


 A ESCOLA E A SOCIEDADE:


Ao abrir suas portas para receber os que enxergam e os que não enxergam, a escola se torna um espaço de inclusão, promovendo trocas enriquecedoras entre toda a equipe escolar, os alunos e suas famílias.


A fonte de informações mais importante para o professor é o próprio aluno e sua família. É fundamental saber como ele é, como percebe, fala e sente. O deficiente visual percebe a realidade que está a sua volta por meio de seu corpo, na sua maneira própria de ter contato com o mundo que o cerca.


A escola pode adotar diversas medidas, para capacitar os professores e a comunidade escolar para lidar com a deficiência visual, como:
  • Promover reuniões para discutir as dificuldades encontradas;
  • Convidar especialistas para fazer palestras a professores e alunos;
  • Ter material bibliográfico de apoio;
  • Exibir vídeos sobre o assunto;
  • Convidar pais de crianças com deficiência ou professores que já tiveram esta experiência para dar depoimentos.

 

DEFICIÊNCIA FÍSICA E A INCLUSÃO ESCOLAR:

  • Entrando na escola
É muito importante que a criança com deficiência física frequente a escola, onde ela pode desenvolver seu potencial intelectual e interagir com outras crianças.


A família desempenha um papel fundamental no processo de adaptação da criança à escola: ela deve conversar com a professora e com a equipe escolar, orientando sobre como tratar a criança, seus limites e potencialidades.


Pode ser necessário adaptar a carteira, verificar qual é a melhor posição em relação à lousa e se o banheiro tem condições de ser utilizado. É importante consultar a criança sobre suas necessidades, com naturalidade.


Pequenas adaptações podem fazer muita diferença: por exemplo, se a criança não consegue segurar o papel para escrever, este pode ser preso na carteira com fita crepe.


Como a criança com deficiência física em geral escreve mais lentamente, a professora pode esperar mais tempo para apagar a lousa ou estimular o trabalho cooperativo, no qual os colegas colaboram sem, porém, fazer as tarefas pela criança com deficiência. Outra alternativa  possível é a professora preparar fichas com o texto escrito na lousa, que a criança possa levar para casa.


Na fase inicial de aprendizagem da leitura, da escrita e do cálculo, as diferenças entre crianças com deficiência física e crianças não deficientes é pequena, em geral. O desenvolvimento intelectual é bastante semelhante, principalmente se a criança teve uma estimulação adequada.


A escola é muito importante para qualquer criança, mas é ainda mais importante para a criança com deficiência. É na escola que a criança aprende a confiar em si mesma, percebendo que é capaz de realizar a maioria das atividades, embora levando um pouco mais de tempo.


DEFICIÊNCIA AUDITIVA E A INCLUSÃO ESCOLAR:

  • A inclusão da criança surda na escola
Quando recebe em sua classe (de ouvintes) um aluno surdo, é frequente que a primeira ração do professor seja: Como vou falar com esse aluno? Não sou especialista! Como posso ensiná-lo?


Não se pode 'jogar' a criança surda em uma escola ou em uma classe comum, alegando a necessidade de 'inseri-la' na escola regular; essa atitude mostra que não há um reconhecimento da necessidade da criança surda de ter um atendimento cuidadoso, para que desenvolva suas habilidades comunicativas.


Na proposta atual, mais inclusiva, a criança com surdez participa do sistema educacional, não está fora dele. É esperado que ela, bem como os professores e toda a escola, conte com dispositivos que auxiliem seu pleno desenvolvimento escolar, sem sacrifícios.


No entanto, a inclusão na escola comum, principalmente no Ensino Fundamental, não é a única realidade para todos os portadores de deficiência. Deve constituir um processo gradativo, que respeite as diferentes necessidades e interesses de cada um.


A inclusão da criança com surdez em classe comum da escola regular terá mais chances de sucesso se for gradativa e resultar de um estudo de cada caso, individualmente.


A escola comum precisa dispor de recursos que tornem viável o processo de inclusão, como por exemplo:
  • Assessoria em relação à língua de sinais, se a criança tiver linguagem oral restrita e às estratégias adequadas para propiciar o diálogo, na linguagem oral e/ou escrita;
  • Material concreto e visual que sirva de apoio para garantir a assimilação de conceitos novos;
  • Contato com professores que tenham vivenciado situações semelhantes;
  • Orientação de professores da Educação Especial - itinerantes ou de salas de recursos. Podem ser feitas reuniões para trocar experiências e esclarecer dúvidas.

O que caracteriza o aluno (surdo ou não) é sua capacidade de aprendizagem e não a deficiência que apresenta. Existe um sujeito com potencial, no qual se deve investir.


O conteúdo curricular a ser desenvolvido para o aluno surdo é exatamente o mesmo trabalhado com os alunos ouvintes, com base nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). São necessárias adaptações curriculares para atender à especificidade da clientela, seja na escola especial ou na regular. O uso de materiais variados (jornais, revistas, propagandas, noticiários de TV, computadores etc.) contribui para motivar os alunos, mantê-los atualizados em relação aos acontecimentos do mundo e dar-lhes uma visão ampla dos acontecimentos.


BENEFÍCIOS DA INCLUSÃO ESCOLAR:


Os benefícios da inclusão de alunos com necessidades educativas especiais na escola regular são evidentes (apesar das dificuldades) e TODOS os autores desta integração "lucram" com ela.


Vários estudos comparativos realizados principalmente nos EUA e nos países escandinavos, onde este movimento existe há mais tempo, revelam a seguinte situação:


Benefícios para os alunos com deficiências
·Eles encontram modelos positivos nos colegas;
·Contam com assistência por parte dos colegas;
·A criança cresce e aprende a viver em ambientes integrados;


Benefícios para os alunos que não são deficientes
·A melhor forma de aprenderem a lidar com as diferenças individuais;
·Oportunidade para praticar e partilhar as aprendizagens;
·Diminuição da ansiedade face aos fracassos ou insucessos.


Benefícios para todos os alunos
·Compreensão e aceitação dos outros;
·Reconhecimento das necessidades e competências dos colegas;
·Respeito por todas as pessoas;
·Construção de uma sociedade solidária;
·Desenvolvimento de apoio e assistência mútua;
·Desenvolvimento de projetos de amizade;
·Preparação para uma comunidade de suporte e apoio.


"Deve reconhecer-se que a integração dos alunos com necessidades educativas especiais implica muito mais do que colocar simplesmente o aluno numa escola regular. Trata-se de um processo em que o aluno tem oportunidades para se desenvolver e progredir em termos educativos para uma autonomia econômica e social. A integração é igualmente um processo em que as próprias escolas necessitam de mudar e de se desenvolver com o objetivo de proporcionar um ensino de elevado nível a todos os alunos e o máximo de acesso aos que têm necessidades educativas especiais".


Obs: Informações retiradas do site:
inclusaolasalle.zip.net